Foi uma recusa por unanimidade o resultado da AGE da Intersindical CGTELETROSUL realizada em 28 de maio sobre a Proposta do ACT 2024/2026 da Eletrobras e suas Subsidiárias, que deu um prazo até 7 de junho para o fechamento do ACT 2024/2026. “O cenário é muito grave, pois estamos diante de uma gestão que quer retirar direitos, provocar transtornos e despertar sentimentos intensos de desânimos nos profissionais”, comentou o presidente do Senge-SC e diretor financeiro da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), Carlos Abraham.
O negociador contratado pela Eletrobras conduziu as cinco rodadas de negociação junto às Federações e os Sindicatos como “a solução final”. Explorou todos os ângulos, ao longo do curso negocial. Identificou o sentimento ou prioridade da representação sindical, inclusive imprimindo preferência por aqueles empregados que estão na base salarial de início de carreira, em detrimento dos profissionais mais experientes, ou seja, implementou o divisionismo interno.
Até os Acordos Específicos diferenciados e em prática em cada empresa, fato que nunca deveria ter ocorrido, está sendo motivo de ganha-ganha. Com o cenário definido, restou ao negociador apresentar depois de cinco reuniões exploratórias e em cima do prazo de validade do ACT vigente, 7 de junho, uma única proposta extremamente danosa, sem a mínima ética e ilegal, com o nítido objetivo de dividir os sindicatos, enfraquecendo a coesão dos empregados.
Na proposta, é concedido IPCA integral apenas àqueles empregados que ganham até R$ 6.000,00 de remuneração mensal e afronta a grande maioria dos demais empregados, inclusive com proposta redução salarial. Não aplica correção de inflação, por um prazo de 2 (dois) anos, diminui a remuneração e suprime direitos, numa negociação individual, misteriosa, indefinida e ilegal. Neste caso, atingindo todos os demais empregados que se encontram com remuneração acima da base salarial, por mérito na carreira e conhecimento por formação.
A estratégia não acabou conforme o planejado devido à união das representações sindicais dos Engenheiros, Técnicos Industriais, Economistas, Contabilistas, Administradores e outras categorias profissionais, no âmbito da CGTELETROSUL para rejeitar e levar as negociações para um mediador externo. Algumas lideranças sindicais têm absoluta visão de que hoje a espada está direcionada para aqueles que por experiência, mérito e conhecimento, galgaram salários ao longo dos anos vividos nesta organização, que sempre foi referência no setor elétrico brasileiro. Amanhã será a vez dos remanescentes, que também não podem vislumbrar nenhum crescimento profissional devido a extinção do atual PCR (Plano de Cargos e Remunerações).
A Eletrobras, apesar de seu excelente desempenho econômico e financeiro, vem agindo a partir de uma estratégia deliberada de “terra arrasada”, numa estratégia assemelhada a uma nuvem de gafanhotos quando invadem uma plantação, resultando em prejuízo para a empresa e toda população brasileira. Portanto, as perspectivas de crescimento e desenvolvimento profissional se mostram sobrais para todos os empregados.
A FNE, que representa os engenheiros nas subsidiárias em Santa Catarina, Distrito Federal, Rio Grande do Sul e Pará, repudia essa negociação estranha praticada pela holding da EBRÁS. “A rejeição unânime dessa proposta da Eletrobras teve como a condição única, jamais aceitar essa proposta indecorosa e buscar uma mediação externa, na busca de melhores condições no ambiente de trabalho, que se encontra esfacelado nessa atual gestão, lembrando sempre que unidos somos mais fortes”, finalizou Abraham.