Inaugurado há uma semana em Balneário Camboriú, no Litoral catarinense, o One Tower é oficialmente o edifício mais alto do Brasil, segundo Council on Tall Buildings and Urban Habitat (CTBUH). A organização internacional que audita arranha-céus mundiais reconhece a estrutura também como maior residencial da América Latina.
O edifício está localizado na Avenida Atlântica, em frente à praia que teve a faixa de areia alargada, e foi entregue aos moradores com todos os 119 apartamentos vendidos no dia 17 de dezembro.
Segundo a FG, que é a responsável pelo investimento, o prédio tem 290 metros de altura e 84 pavimentos. Desses, 70 são habitáveis. Além disso, quatro andares foram reservados para área de lazer. Conforme a construtora, esses 20 ambientes fazem o prédio ter também a área de lazer mais alta das Américas.
Para concretizar o projeto, a empresa investiu mais de R$ 650 milhões. Com o crescimento da região e um dos metros quadrados mais caros do país, o valor atual dos apartamentos está, em média, R$ 12 milhões.
Além do valor, o prédio reúne outros dados gigantescos. Na construção foram utilizadas mais de 9 mil toneladas de aço, 5 mil toneladas de contrapiso e reboco, e quase 25 mil metros cúbicos de concreto. São mais de 52,7 mil metros quadrados de área construída e mais de 2 mil trabalhadores.
O One Tower desbancou as torres do Yachthouse by Pininfarina, da Pasqualotto & GT, que ocupavam até então o primeiro lugar no ranking dos prédios residenciais mais altos da América Latina. O prédio é famoso por ter uma cobertura que pertence a Neymar.
Balneário Camboriú
Balneário Camboriú é a cidade que concentra o maior número de arranha-céus no ranking dos prédios super altos no Brasil de acordo com o Council on Tall Buildings and Urban Habitat (CTBUH). Dos 10 primeiros, ao menos seis estão na cidade.
Conhecida como a cidade dos arranha-céus no Brasil e até na América Latina, Balneário Camboriú tem 45,214 km² de extensão e é a segunda menor cidade do Estado, de acordo com o Instituto de Geografia e Estatística (IBGE). Ela fica atrás apenas de Bombinhas, com 35,143 km².
Por conta do território, os prédios ficaram cada vez mais altos. Essa arquitetura verticalizada, no entanto, para o sociólogo e mestre em urbanismo e desenvolvimento social Charles Henrique Voos, no pode trazer consequências e devem ser pensadas pelos gestores públicos.
Como a cidade é bastante utilizada por proprietários que usam os prédios apenas na temporada, o especialista pontua que o foco em um turismo de classe alta pode trazer impacto no preço médio das moradias regulares e no custo de vida do cidadão que mora e trabalha na cidade o ano todo.
“Uma cidade que cresce verticalmente numa forma desenfreada, você pode ter problemas com todo esse sistema em grandes chuvas, inundação dos rios, péssimo tratamento de água, tratamento de esgoto. Então, isso vai trazer outros problemas que a gente não consegue enxergar pois a gente não sabe como está organizado o subsolo das cidades” , explicou o especialista.
Outro ponto levantado por Voos é a preocupação com o saneamento básico e a situação de inundações e falta de escoamento da chuva. Pela quarta semana seguida, a balneabilidade da praia alargada em frente ao empreendimento ficou totalmente imprópria para banho. No início da semana, a cidade também foi atingida por fortes chuvas e diversas ruas ficaram alagadas.
Emancipada há 58 anos da vizinha Camboriú, a cidade tem prédios icônicos que aos poucos foram demolidos para construção de novos edifícios de luxo cada vez mais altos. Um deles é o Hotel Fischer, que chegou a hospedar os ex-presidentes Juscelino Kubitschek e João Goulart.
Crescimento no turismo
No início do mês, a Secretaria de Turismo e Desenvolvimento Econômico da cidade informou que esperava um crescimento entre 12% e 15% no número de turistas neste verão em relação à temporada passada. Para o réveillon, a rede hoteleira tem atualmente ocupação de 85%, e, para janeiro, 70%.
Fonte: G1