Depois de impasse que teria envolvido veto do ex-senador José Sarney ao deputado Pedro Fernandes (PTB-MA), por ser hoje aliado do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) foi indicada para comandar a pasta do Trabalho. O Ministério estava sem titular desde o dia 27 de dezembro, data em que o então ministro Ronaldo Nogueira pediu exoneração. Ele retoma o mandato de deputado federal pelo PTB do Rio Grande do Sul.
A indicação da parlamentar envolveu uma série de controvérsias até que o partido decidiu pelo seu nome. Ela é filha do presidente nacional da legenda, ex-deputado Roberto Jefferson, autor das denúncias do chamado “mensalão”, em 2005.
Votações importantes
A deputada votou a favor do impeachment da ex-presidente Dilma. Esteve ausente na votação que cassou o mandato do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). E também não votou, por ausência, no Projeto de Lei 4.567/16 (PLS 131/15), do senador José Serra (PSDB-SP), que desobrigou a Petrobras de ser a operadora única dos blocos de exploração do pré-sal no regime de partilha de produção.
Cristiane Brasil esteve ausente ainda da votação que aprovou o PL 4.302/98, chancelado pela Câmara, em 22 de março de 2017, sobre a terceirização geral da mão de obra. Ela foi contra os pedidos da Procuradoria-Geral da República (PGR) para abertura de processos contra o presidente Michel Temer (PMDB) por prática de crimes comuns.
Na votação da reforma trabalhista (PL 6.787/16), aprovada pela Câmara dos Deputados, no dia 26 de abril, a deputada disse “sim” ao projeto que desfigurou a CLT. E não esteve presente na apreciação da PEC do limite de gastos públicos. Também não votou, por ausência, na MP 795/17, que concedeu redução de tributos às petrolíferas estrangeiras na exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural. Porém, rejeitou a emenda aprovada no Senado ao texto da MP, que reduzia o prazo de 20 para cinco anos de isenções.
Perfil
A filha do ex-deputado Roberto Jefferson está em seu primeiro mandato, é carioca, advogada. É vice-presidente de Relações Internacionais do partido. Chegou à Câmara dos Deputados após ter sido vereadora no Rio de Janeiro. Atuou como secretária extraordinária da 3ª idade e secretária especial de envelhecimento saudável e qualidade de vida da Prefeitura do Rio de Janeiro.
Foi vice-líder do Bloco Parlamentar PTB, Pros, PSL e PRP. Coordenou a Frente Parlamentar pela Renegociação da Dívida dos Estados e do Distrito Federal. Integrou a Comissão Permanente Mista de Combate à Violência contra a Mulher. Foi relatora da reforma sindical (PEC 369/05), anexada à PEC 314/04, na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.
Suplente
Com a licença da deputada para assumir o Ministério, Nelson Nahim (PSD-RJ) deverá assumir a vaga na Câmara dos Deputados. Ele é irmão do ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho.
Nahim foi condenado a 12 anos de prisão por exploração sexual de menor. Ao G1, ele se declarou inocente e disse que a condenação tem caráter político. Ele afirmou que pretende assumir o cargo para “aproveitar a oportunidade não só para exercer o mandato que a população me confiou, mas também para esclarecer para a grande mídia o verdadeiro fato, ou seja, o que há de concreto no processo”.
Fonte: Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Texto editado pela Comunicação do SEESP)