O montante foi atingido mais de 20 dias antes na comparação com o ano passado e um dos motivos, segundo a ACSP, foi o peso da inflação no País
O Impostômetro vai atingir a cifra de R$ 1,5 trilhão na noite desta quinta-feira (14), informou a Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Segundo a entidade, o montante – que refere-se a impostos pagos pelos brasileiros – será atingido com 22 dias de antecedência sobre o ano passado.
Segundo a ACSP , esse valor foi registrado no dia 6 de outubro de 2016, e o Impostômetro “adiantado” esse ano significa que o brasileiro desembolou mais em tributos nos nove meses de 2017. “A inflação pesou muito no período, aumentando o bolo arrecadatório; ela tem caído, mas ainda é alta. Também contribuíram a elevação de algumas alíquotas e a recuperação ¿ mesmo que lenta ¿ de alguns setores da economia”, diz Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp). “Se considerarmos o enfraquecimento recente da economia, o peso da tributação é ainda mais forte para empresas e contribuintes”.
A entidade informou que o montante informado é em valor nominal, sem descontar a inflação do período, e é baseado em dados oficiais do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT).
Arrecadação
Mesmo com o governo a informar ter tido queda na arrecadação, motivo que levou a revisão do deficit primário de R$ 139 bilhões para R$ 159 bilhões este ano e em 2018, o valor apurado pela ACSP vem bem antes do que em anos anteriores, o que representa uma alta nos valores desembolsados pelos consumidores.
“No ano passado, o Impostômetro registrou R$ 1,5 trilhão dia 6/10 e, em 2015, dia 2/10. Este ano atinge a marca dia 14/9. Isso revela uma crescente arrecadação tributária . Teoricamente, pelo volume arrecadado ano a ano, a sociedade deveria ter retorno com serviços públicos de qualidade, mas, infelizmente, não é isso o que acontece.
Lamentavelmente, o que observamos são serviços ineficientes nas áreas de transporte, saúde, educação, segurança pública, isso quando existentes”, afirmou em nota o presidente-executivo do IBPT, João Eloi Olenike.
A ACSP alerta que os dados divulgados mensalmente pela Receita Federal abrangem apenas os tributos federais. E que a divulgação dá ênfase à arrecadação deflacionada (descontando a inflação). Por isso os números diferem do que é mostrado pelo Impostômetro.
Fonte: Brasil Econômico