O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retirou na quinta-feira (17) as ações remanescentes da Eletrobras do Programa Nacional de Desestatização.
A decisão foi publicada no Diário Oficial da União e segue orientação de julho do Conselho do Programa de Parceria e Investimentos —que necessitava de aval de Lula.
Ela também ocorre na semana em que a empresa viveu uma troca no seu comando, além da ocorrência de um apagão que afetou 25 estados e o Distrito Federal. Petistas e aliados de Lula buscaram ligar o processo de privatização ao problema no sistema de energia.
Além do programa que trata das privatizações, o decreto também retira as ações remanescentes da Eletrobras do PPI (Programa de Parceria de Investimentos da Presidência da República).
Petistas buscaram associar a privatização da Eletrobras com o apagão que atingiu todas as regiões e só foi totalmente restabelecido após seis horas. A primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, usou suas redes sociais para criticar a privatização da estatal .
“A conta da privatização irresponsável da Eletrobras chegou: apagão em 25 estados e no DF. Em 2020, vivemos as consequências criminosas da privatização no setor elétrico no Amapá – foram 22 dias de apagão, que afetou comércio, serviços, hospitais e escolas, gerando prejuízos incalculáveis a toda a população”, escreveu o senador.
“No Brasil, vimos hoje o infeliz resultado da venda da Eletrobras a preço de banana no governo Bolsonaro, que comprometeu a segurança energética do nosso país”, completou.4
Boletim de operação do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) diz que sete estados tiveram o fornecimento de energia totalmente interrompido após a perturbação da rede.
Outros 18 foram afetados apenas parcialmente, a maior parte deles de forma controlada, com o acionamento do sistema automático de proteção do sistema elétrico, chamado Erac (esquema regional de alívio de carga).
Fonte: Folha SP