Como aponta o analista político e consultor sindical João Guilherme Vargas Netto, o total de sindicalizados no País ultrapassa 18 milhões, contra 5 milhões de leitores regulares de jornal impresso e 12 milhões de filiados a partidos políticos. Ou seja, é uma força considerável. Vito Giannotti, outro estudioso e militante do movimento operário brasileiro, em vários dos seus trabalhos, sempre salientou que a maior redação do País era a dos sindicatos.
Tais dados são importantes no momento político por que passa o País para mostrar que os assalariados brasileiros precisam ser respeitados no que tange aos seus direitos históricos, consagrados por lei e pela Constituição Federal de 1988, a “Constituição cidadã”, como costumava definir o ex-presidente do PMDB e do Congresso constituinte (1987-1988), Ulysses Guimarães. Por isso, esta quarta-feira, 15 de março, é um marco na luta sindical. Por todo o Brasil ocorrem manifestações nas ruas e paralisações para mostrar a total insatisfação com relação à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287, encaminhada pelo governo Temer ao Congresso Nacional em dezembro de 2016, que muda drasticamente o regime previdenciário nacional com claros prejuízos aos trabalhadores.
Nessa grande demonstração democrática estão inseridas diversas categorias profissionais, como a dos engenheiros, capitaneados pela Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) e seus 18 sindicatos filiados, incluindo o SEESP. Em São Paulo, os profissionais se juntarão ao ato que acontecerá às 16h no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista. Também estão comprometidos com a luta os profissionais que compõem a Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU).
Em vídeo gravado, o presidente do SEESP e da FNE, Murilo Pinheiro, salienta que a proposta de reforma da Previdência é inadmissível, porque, entre outros pontos, impõe a idade mínima de 65 anos de idade para homens e mulheres e ao menos 49 anos de contribuição para se ter acesso à aposentadoria integral. E conclama: “Não a essa injustiça. Nenhum direito a menos.”
O que está em jogo nessa PEC não é pouca coisa: é a aposentadoria de todos os brasileiros e brasileiras (leia aqui os sete pontos que mostram como a proposta do governo é inaceitável). O futuro do País está nas mãos do Congresso Nacional, que não pode se mostrar arredio ou de costas aos reclamos democráticos da sociedade brasileira.