Uma barragem da mineradora Vale se rompeu na manhã desta sexta-feira (25) em Brumadinho, cidade da Grande Belo Horizonte. O rompimento foi confirmado pelo Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, que enviou equipes para o local. A defesa civil também foi acionada.
Segundo a empresária mineira Natália Farina, 30, a região atingida tem em torno de 1.000 moradores. Ela, que estava trabalhando no centro de Brumadinho no momento do incidente, disse que não houve alerta antes do rompimento, e que a lama continua descendo, enquanto a população busca abrigo em partes altas da cidade.
Ainda não há informações sobre a dimensão do acidente, nem sobre mortos e feridos. Fotos enviadas por moradores da região aos Bombeiros mostram uma grande quantidade de lama atingindo casas.
Em nota, a Vale afirmou que o rompimento de uma barragem na Mina Feijão na manhã desta sexta-feira fez com que os rejeitos atingissem a área administrativa da companhia e parte da comunidade da Vila Ferteco.
A Vale também informou que acionou o Corpo de Bombeiros e ativou o seu Plano de Atendimento a Emergências para Barragens.
De acordo com a site da companhia, a Barragem VI – córrego do Feijão foi construída em 1991.
Localizado nas imediações da área atingida pelo rompimento da barragem, o Instituto Inhotim foi esvaziado nesta sexta (25).
Segundo o governo de Minas Gerais, uma força-tarefa do estado já está no local do rompimento, para acompanhar e tomar as primeiras medidas
Os recibos de ações da Vale negociados na Bolsa de Nova York caem perto de 8% nesta tarde, reflexo do rompimento da barragem em Brumadinho. No Brasil, a Bolsa está fechada pelo feriado de aniversário de São Paulo.
TRAGÉDIA DE MARIANA (MG)
Há três anos, em Bento Rodrigues, vilarejo de Mariana (MG), a barragem de Fundão, da mineradora Samarco se rompeu causando a maior catástrofe ambiental do país. A empresa pertence às companhias Vale e BHP Billiton.
O acidente em 5 de novembro de 2015 deixou 19 mortos e dezenas de desabrigados. A lama com rejeito de minério se espalhou por 650 km. O processo criminal, no entanto, ainda se arrasta sem decisão.
Na estimativa da Fundação Renova, criada pelas mineradoras para fazer a recuperação social e ambiental após o desastre, a construção do novo Bento Rodrigues deve demorar pelo menos 22 meses.
Em paralelo, a Samarco já tenta obter nova licença operacional e resolver problemas estruturais internos, além de encontrar soluções de segurança para os rejeitos, a fim de voltar a minerar.
Fonte: Folha SP