O dia 30 de dezembro de 2019 ficará marcado como uma data histórica para Florianópolis, Santa Catarina, o Brasil e o mundo, especialmente para a engenharia. Desde 2016, por meio de comissão especial da qual fizeram parte a ACE – Associação Catarinense de Engenheiros, o SENGE – Sindicato dos Engenheiros no Estado de Santa Catarina e o Crea – Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Santa Catarina, tivemos a oportunidade de acompanhar essa imponente obra, na qual foi aplicada uma engenharia de ponta.
Foi uma excelente experiência, vivida ao longo de três anos, quando presenciamos a aplicação prática de inúmeros conhecimentos técnicos adquiridos no curso de engenharia mecânica da UFSC. Em 1996 realizamos um seminário na ACE para discutir o futuro na ponte, oportunidade em que sequer havia projeto de recuperação. Agora, em 29 de novembro, o SENGE promoveu seminário sobre Engenharia de Manutenção, focado na conservação dessa obra recém-acabada, inédita no mundo, de alta complexidade e muito bem realizada pela empresa Teixeira Duarte e supervisionada pela RMG Engenharia.
De todas as etapas que observamos, a mais delicada e tensa foi a transferência de carga da ponte, haja vista a arriscada operação montada para suspender com macacos hidráulicos mais de quatro mil toneladas de aço, em situação estática desde 1926, o que foi realizado com competência e segurança. Como cidadão, sinto-me agradecido e, como profissional, realizado. Temos uma ponte nova, recuperada, segura e adaptada às condições atuais de tráfego.
Tudo isso foi possível graças ao empenho do ex-governador Raimundo Colombo, que teve a ousadia e a coragem de anular o contrato anterior e destravar a obra; e do atual governador, que bancou a sua continuidade até o fim. A partir de agora estaremos vigilantes, pois o plano de manutenção entregue, além de necessário e obrigatório, é de total responsabilidade do Estado. Não podemos permitir que se repita o descaso anterior com a manutenção da ponte. Temos de mantê-la intacta para as próximas gerações, garantindo o bom uso do dinheiro público até agora investido.
Carlos Abraham
Eng. Mec. e Diretor da Federação Nacional dos Engenheiros FNE
Fonte: Ricardo Wolffenbüttel / SECOM