O engenheiro de recursos hídricos da Vale Felipe Figueiredo Rocha afirmou nesta terça-feira (23) que a diretoria da mineradora Vale tinha conhecimento dos riscos da barragem de Brumadinho (MG).
O rompimento da barragem, em 25 de janeiro, deixou 232 mortos e 40 desaparecidos até o momento.
Figueiredo Rocha foi ouvido nesta terça na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Senado que apura as responsabilidades no episódio.
Segundo ele, os riscos da barragem foram apresentados em um painel de especialistas e em um subcomitê da Vale.
“Então, esses pontos é que me fazem afirmar que os riscos da barragem 1, apesar de não serem riscos iminentes —eram riscos possíveis—, foram apresentados tanto para a diretoria quanto para a diretoria executiva”, disse o engenheiro.
Figueiredo Rocha disse, no entanto, que não poderia afirmar se as apresentações que relataram os riscos da barragem de Brumadinho chegaram ao ex-presidente da mineradora, Fabio Schvartsman.
“Eu não posso afirmar se as apresentações que foram feitas para o comitê executivo chegaram em sua completude para o presidente Fabio Schvartsman. Eu trago comigo essa apresentação que foi feita no comitê executivo. Também trago a ata de reunião, tanto do comitê executivo de riscos, como do subcomitê de riscos operacionais, que mostram essas barragens nas zonas de atenção”, pontuou Figueiredo Rocha.
O engenheiro contou aos senadores que trabalha na Vale desde 2016. Ele disse ainda que está “à disposição das autoridades” e que está custeando do próprio bolso as despesas com advogados.
Em fevereiro, ele chegou a ficar preso durante cerca de 15 dias, no âmbito das investigações para apurar as responsabilidades no rompimento da barragem.
Em 28 de março, o ex-presidente da Vale compareceu à CPI e disse que nem ele nem a diretoria da empresa tinham conhecimento dos relatórios que apontaram para risco de rompimento da barragem.
“Se ele [Figueiredo Rocha] quisesse, poderia ter feito uma denúncia, tanto anônima como uma denúncia propriamente dita, se ele preferisse, e seria imediatamente tratada”, disse Schvartsman, na ocasião.
Fonte: Folha SP