Um grupo de cientistas da China encontrou evidências da presença de “microplásticos” no leito oceânico em quantidades que superam até mesmo as da superfície do mar, informou nesta quarta-feira a agência estatal de notícias “Xinhua”.
Os pesquisadores, procedentes do Instituto de Ciência e Engenharia do Leito Oceânico da Academia de Ciências da China, recolheram amostras de água e de sedimentos no sul da Fossa das Marianas, no Oceano Pacífico, a profundidades compreendidas entre 2.500 e 11 mil metros.
Nas águas do leito oceânico, os cientistas advertiram para a presença de microplásticos em quantidades que vão de 2,06 a 13,51 partículas por litro, “um índice muito maior que o encontrado na superfície”, afirmou a “Xinhua”.
Além disso, a presença de microplásticos nos sedimentos do solo da Fossa das Marianas varia de 200 até 2.200 partículas por litro, uma proporção “claramente superior” à da maioria dos sedimentos em águas profundas.
Nesse sentido, o estudo sugere que os plásticos já “contaminaram a parte mais profunda e remota” da Terra, um problema cujos impactos ainda são “desconhecidos”, mas “potencialmente danosos neste frágil ecossistema”.
Os microplásticos estão compostos de material fibroso, têm formato de bastonete e arredondados, e são azuis, vermelhos, brancos, verdes e roxos, em sua maioria.
As microfibras plásticas são as mais comuns de todos os microplásticos, com comprimento que varia de entre um e três milímetros em amostras de água, e de 0,1 a 0,5 milímetros nas porções de sedimentos, segundo a “Xinhua”.