01“Mandarei fazer uma ponte para acabar de vez com esse suplício,” disse o governador Hercílio Luz em 1917. Em 1926, ela estava inaugurada. Mas um século depois de ser idealizada, o “suplício” voltou. A complexidade da restauração do principal símbolo do Estado faz o bloqueio se arrastar por mais de três décadas. A magnitude da obra mantém os motoristas entretidos durante os congestionamentos das pontes Pedro Ivo e Colombo Salles, que já estão saturadas e precisam de reforma urgente, mas não há prazo. O novo governador irá inaugurar a ponte Hercílio Luz? Seis mandatos já se passaram e até agora, nada. Paulo França, presidente do Departamento da Infraestrutura diz que a obra termina na metade de 2019. “Nós vamos deixar tudo encaminhado para quem assumir. Reinaugurar a Hercílio Luz não é um plano de governo, é um plano de Estado.” Mas França é pé no chão quanto à complexidade do trabalho e da possibilidade de adiamento. “Podem ter novos aditivos”, diz. As cinco estruturas de apoio que estão abaixo da ponte serão removidas no final da obra. Elas foram projetadas para um prazo de cinco anos, prevendo a inauguração para 2018. Já que o prazo novo é 2019, não se sabe se essa estrutura estará apta a suportar a ponte até o fim das obras. Um relatório está sendo produzido pela RMG Engenharia, responsável pela supervisão e fiscalização dos trabalhos. Se os técnicos indicarem que é preciso reforçar a estrutura, mais aditivo. Em outras palavras, mais tempo e dinheiro. A ponte Hercílio Luz tem mais um valor simbólico do que de tráfego. Hoje, quem segura a mobilidade entre a Capital e região metropolitana é a dupla Pedro Ivo Campos e Colombo Salles. O problema é que as duas estão precisando de reforma urgente e não há previsão de início das obras. Segundo o Deinfra, a empresa que vai realizar os trabalhos já foi selecionada por meio de licitação, mas a verba ainda não foi liberada pelo BNDES e não há como prever o início das obras. A empresa que vai supervisionar ainda não foi selecionada. O edital foi publicado no dia 31 de agosto. Quando a obra começar, a previsão é de 24 meses de duração. O presidente do Deinfra garante que tudo ficará encaminhado para o próximo governador. “Não tenho como prever o início, mas repito. Isso é plano de Estado, não é plano de governo e vamos entregar o processo agilizado”, diz.