O primeiro semestre dos trabalhadores brasileiros foi marcado por aumentos salariais modestos, mas acima da inflação, mostram dados do Salariômetro divulgados nesta quarta-feira. Na mediana, os reajustes ficaram em 2,8%, patamar menor que os 5% em igual período do ano passado, mas o percentual de negociações com ganhos reais subiu de 79,1% para 84,6%, principalmente por causa da alta de preços mais controlada. O estudo é elaborado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Na primeira metade do ano passado, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), usado como referência para os reajustes, rodou na casa dos 4%, no acumulado em 12 meses. Neste ano, o indicador passou a registrar taxas abaixo de 2%, com exceção de junho, quando refletiu os efeitos da greve dos caminhoneiros. Assim, descontada a inflação, os reajustes reais ficaram, na mediana, em 0,89%.
O período também foi de negociações mais difíceis. Segundo o levantamento, foram registrados 8.483 acordos e convenções entre janeiro e junho, uma queda de 39,6% em relação a igual período de 2017. Esse movimento tem sido observado desde o início do ano, reflexo do impasse sobre a aplicação da reforma trabalhista, em vigor desde novembro.
O piso médio ficou em R$ 1.173, redução de 3,2% em relação ao do primeiro semestre do ano passado. O levantamento mostra ainda que os acordos para redução de jornada e salário recuaram de 94 para apenas 21 em todo o país.
Fonte: O Globo