No último dia 9 de janeiro, o serviço climatológico europeu Copernicus divulgou que o aquecimento global ultrapassou 1,48 °C em relação à média pré-industrial (1850-1900). A temperatura média do planeta entre janeiro e dezembro alcançou 14,98°C, o que fez com que 2023 tirasse por larga margem o posto de 2016 de ano mais quente da história desde que as medições começaram em 1850. Em 2016, a média foi 14,81°C. Todos os dias do ano passado tiveram temperaturas pelo menos 1ºC mais quentes que a média 1850-1900, e em metade do ano elas foram maiores que 1,5ºC, o limite do Acordo de Paris.
Na sexta-feira (12) foi a vez de a Organização Meteorológica Mundial divulgar seu balanço de temperatura de 2023, de acordo com a média de seis bases de dados (inclusive o Copernicus). A conclusão é basicamente a mesma: 1,45ºC de aquecimento no ano acima da média pré-industrial, superando por 0,16ºC o recorde de 2016 (contra 0,17ºC da estimativa do sistema europeu). E 2024 deve ser pior.
Segundo o Copernicus, é provável que o período de 12 meses que se encerra até o mês que vem ultrapasse 1,5°C, lançando o planeta num território climático inexplorado. Na margem de erro da estimativa da OMM, é possível que já tenhamos superado esse limite em 2023 – embora a tendência após o fim do El Niño seja um recuo das médias até o final da década, quando se prevê que o 1,5ºC seja ultrapassado permanentemente.
A resposta da comunidade internacional? Você adivinhou: dobrar a aposta nos combustíveis fósseis. O Brasil se prepara para entrar na Opep+ agora em janeiro; nos EUA, o lobby fóssil está usando a guerra em Gaza como desculpa para uma campanha de mídia milionária louvando a importância dos hidrocarbonetos para a “segurança energética” do mundo, como revelou o The Guardian.
Fonte: Observatório do Clima