O ex-governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, participou ontem (05) do Café com Candidatos no Senge-SC e, ao falar sobre a expectativa de chegar ao Senado, afirmou que pretende ter com a engenharia uma relação próxima, “como sempre tivemos, para ver como podemos ajudar”. Ele rememorou todo o processo de recuperação da Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis e agradeceu aos engenheiros pelo apoio recebido de todas as entidades da categoria no acompanhamento e na conclusão das obras. “Realizamos coisas importantes, precisamos resgatar e valorizar a participação dos engenheiros nesse trabalho, pois cumprimos nosso dever e podemos ter orgulho de alguns avanços que conseguimos juntos, e o mais emblemático foi a Ponte Hercílio Luz, que ninguém conseguiria fazer sozinho e juntos conseguimos, tanto que nos sentimos protegidos por vocês.”
Falou sobre a sua resistência, como então governador, à privatização da Casan, sua preocupação com a carga tributária e a urgência de uma reforma política no Brasil, que considera ser a “mãe de todas as reformas”, lembrando a interferência e a falta de harmonia entre os poderes, além da insegurança e a instabilidade jurídicas no país. Rememorou também a nova faixa que fez na BR-101 no Morro dos Cavalos, mesmo sendo uma rodovia federal, enfatizou a urgência de investir em ciência, tecnologia, educação básica, científica e complementar e destacou a importância do sindicalismo como representativo para todas as classes profissionais.
O coordenador do evento, José Latrônico Filho, que também é presidente da ABEE Nacional, discorreu ao candidato sobre a necessidade de um olhar especial para o ensino, recuperando o atraso na aprendizagem e da evasão escolar, visando o ensino médio e tecnológico. Ele alertou para dependência no país da tecnologia chinesa da área de energia fotovoltaica, problema sério a ser enfrentado com a consequente industrialização do Brasil nesse setor, além de uma atenção mais aprofundada para o imenso potencial da energia eólica off shore, em função da demanda de movimentação de equipamentos para o mar e a boa estrutura portuária catarinense. Ainda sobre energia, ele enfatizou a necessidade de um debate mais amplo sobre o Complexo Jorge Lacerda, hoje denominado Diamante, que precisa ser olhado do viés da segurança energética, sem esquecer a descarbonização. Latrônico levantou também a necessidade de não retardar a eletrificação veicular, descarbonizando a matriz dos transportes.
O diretor do Senge-SC e da Federação Nacional do Engenheiros (FNE), Carlos Bastos Abraham, registrou a firmeza, coragem e autoridade do então governador Colombo no processo de recuperação da Ponte Hercílio Luz, do qual participou como integrante da comissão de engenheiros, representando o Senge-SC. Falou ao candidato sobre a importância de reativar a adormecida Frente Parlamentar Mista da Engenharia e Infraestrutura no Congresso Nacional, pedindo a participação dos senadores catarinenses, que infelizmente no passado foi mínima. Ao falar sobre a duplicação da BR-470 e do transporte marítimo que precisa sair do papel, entregou a Raimundo Colombo o documento formulado pela FNE sobre a urgência da retomada do setor ferroviário nacional, que está sendo entregue aos candidatos à presidência da República.
Abraham pediu a especial atenção ao candidato para o PLC 13/2013, que torna o engenheiro como carreira típica de estado, colocando-a em outro patamar de valorização profissional, e que está no limite de caducar no Senado, e para o PL 626/2020, que regulamenta a atribuição do título profissional, fundamental para a classe por impedir que um engenheiro continue sendo contratado sob outra nomenclatura, como analista. Fez ainda pedido especial ao candidato, que já foi presidente da Casan, de revisão parcial do novo marco regulatório do saneamento, que necessita de alguns resgates como o PlanSab, Plano Nacional do Saneamento, universalização das áreas rurais e política energética de aproveitamento nas ETE, além de recuperar o local do saneamento, que está hoje no Ministério da Economia, e a desoneração do Pis/Cofins para todas as empresas do setor no país.
Os representantes das entidades reforçaram os pedidos acima, em especial do transporte ferroviário, e também reivindicaram ao candidato um olhar mais atento ao DER, infelizmente extinto, a preocupação com o setor rural para que a energia nessas regiões seja trifásica e a urgência do resgate do Ministério do Trabalho. Aliás, a energia foi mencionada também no que se refere à péssimas condições hospitalares no estado. Foi questionado também sobre a importância da Embrapa, cujo papel é fundamental para a potência que o Brasil é hoje, uma vez que a iniciativa privada não dá conta de trazer o desenvolvimento que a agricultura precisa no que se refere à soberania nacional.
Raimundo Colombo foi recebido pelo vice-presidente do Senge-SC, Regis Hamilton Coelho, que saudou o candidato e os demais presentes que estavam representando as entidades, em nome do presidente Daniel Crippa Lemos; pelo coordenador do evento, José Latrônico Filho e pelo diretor do Senge-SC e da FNE, Carlos Bastos Abraham. Estavam presentes Wagner Sandoval (Aceop), Claude Pasteur Faria (CredCrea), Carlos Frederico Fronza (ABEE-SC), Wilson Floriani (Abemec-SC), Eduardo Piazeira (Seagro), Tamara Aragão (Sinaenco), Gabriel Ribeiro Vieira (Sicepot-SC), Raul Zucatto (Aeagro), Antonio Tiago da Silva (Sintagri), Lino Gilberto da Silva (Sintec-SC) e Afonso Coutinho de Azevedo (Saesc).
O Café com Candidatos é promoção do Senge-SC, em parceria com as entidades de classe e já estão confirmados os seguintes encontros: 09/09 Ralf Zimmer (governo), 13/09 Carlos Moisés (governo), 15/09 Esperidião Amin (governo), 20/09 Kennedy Nunes (senado) e 23/9 Jorge Seif (Senado). Os candidatos ao governo do estado, Jorginho Mello, Gean Loureiro e Jorge Boeira e ao senado, Afrânio Boppré, Alberto Causs (suplente) e Dario Berger já estiveram no Senge a fim de apresentar suas propostas de gestão para os engenheiros.
São entidades parceiras do SENGE-SC no “Café com Candidatos”, ABES-SC, ACE, ACEOP, ACESA, ACEST, ABEE-SC, ABEMEC-SC, CREDCREA, AGESC, MÚTUA-SC, SEAGRO, SICEPOT-SC e SINAENCO-SC.