Hoje, aposentado depois de perder 25% dos movimentos do braço, após acidente de trabalho, o repórter cinematográfico Marcelo Vasconcelos teve múltiplas fraturas no braço esquerdo, há mais de dez anos, enquanto montava a iluminação de um estúdio de televisão, em Brasília. Em meio a cirurgia e tratamentos, Marcelo, hoje com 52 anos, ficou oito meses afastado do serviço. Ainda assim, conta que teve um longo caminho para garantir os direitos de quem se acidentou durante atividade do trabalho. Ele teve que recorrer a justiça para obter a aposentadoria.
Em todo o mundo, a cada 15 segundos, morre um trabalhador por acidente de trabalho ou doença adquirida no ambiente laboral. Isso supera dois milhões de mortes por ano. A estimativa é da OIT – Organização Internacional do Trabalho – que instituiu o Dia Mundial da Segurança e da Saúde no Trabalho, em 28 de abril. No Brasil, a data lembra o Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho e o mês ganhou cor: é o abril verde.
A Coordenadora do programa Trabalho Seguro do Tribunal Superior do Trabalho, Delaide Arantes, destaca a responsabilidade de empregadores, em parceria com todas as camadas da sociedade, na defesa do trabalho seguro.
O Observatório Digital de Segurança e Saúde no Trabalho, parceria da OIT com o Ministério Público do Trabalho, aponta que, somente em 2020, mais de 400 mil pessoas se acidentaram durante o exercício da função. E quase duas mil pessoas morreram.
Desde 2012, as atividades de atendimento hospitalar representaram 10% de acidentes desse tipo. Entre 2012 e 2019, a maior parte dos acidentes no local de trabalho foi provocada por máquinas e equipamentos, o equivalente a 15% do total. Em 2020, subiu para 18%.
Os custos ao Estado também são altos, quando o ambiente de trabalho não é seguro para o trabalhador. O Observatório mostra que o INSS desembolsou R$ 100 bilhões, desde 2012, para cobrir gastos referentes a mais de cinco milhões de acidentes e doenças laborais.
Agência Brasil